sábado, 13 de junho de 2009

Ainda sobre a Saúde Mental

Atropelam-se-me as palavras na cabeça quando penso em Saúde Mental, ou melhor, em Dessaúde Mental em Portugal, porque muito há para dizer e mais ainda para fazer por um número de pacientes que tende a aumentar neste país.

Doentes ou deficientes mentais não são só aqueles que sofrem de patologias bem definidas, mas também o são os retardados que legislam sem terem noção das realidades de um mundo que não lhes toca na alma.

E então, desinstitucionaliza-se à guisa de uma falaciosa integração, que não é mais do que a desintegração na sociedade.

E assim, criam-se modelos de sonho num stock inexistente, sobrecarregam-se as IPSS's mal-subsidiadas e de parcos recursos humanos, exigindo delas infra-estruturas descabidas ou, na prática, desnecessárias e obrigam-se as famílias, que envelhecem e desfalecem, a esforços cruéis que vão muito além das suas capacidades e potencialidades.

E nada mais se faz!

E, caso seja confrontado com a enfermidade da Saúde Mental, o Estado desdramatiza a seu jeito e aponta o dedo acusador à crise que grassa. Esta sim, é o mal de todos os males, mas do qual a Saúde Mental em Portugal já padecia antes desta epidemia eclodir.

Milú Calisto Aveiro, 23 de Abril de 2009

Artigo publicado http://igualdade.bloco.org/ 24 de Abril