quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sobre o CASCI

Há uns dias atrás foram adicionados três comentários sobre esta grande Instituição num blog que já não existe. Como o teor dos comentários é deveras importante para todos os amigos do CASCI, entendi que não deviam ficar no segredo dos Deuses e nem se perderem na memória daqueles que o leram. Assim, aqui se fazem público os ditos:
Milú


De Eduardo Almeida a 1 de Agosto de 2008 às 14:10:

Um blog vazio.
Onde está o site oficial?
Onde estão os estatutos do CASCI, o número de sócios, o número de utentes, o número de funcionários, as várias valências?
E os recentes acontecimentos que têm vindo a perturbar o normal funcionamento da Instituição? Não se fala? Dos utentes do CAO, das repetidas e circulares inspecções da SS (Segurança Social) a respeito de tenebrosas faltas cometidas pela Instituição, com relevância para maus tratos a utentes?
E a ASAE e a matança do porco?
A minha solidariedade para com a educadora do Centro Infantil da Barra que se encontra doente, hospitalizada nos HUC.
E que tal uma Biografia / homenagem à sua Fundadora e Directora recentemente falecida, Dr.ª Maria José Fonseca? Para quando a justa homenagem a quem dedicou a tempo inteiro toda uma vida ao CASCI?
Não se calem! Participem.


De Milu Calisto a 2 de Agosto de 2008 às 10:53:


Senhor Almeida,
não me cabe a mim dar as respostas a algumas das suas questões. No entanto, à guisa de notas ao seu escrito adianto-lhe que as fiscalizações que o CASCI tem sido alvo, só podem ter o seu fundamento na tal denúncia à má funcionalidade da Instituição, cuja autoria procurarei saber junto das instâncias judiciais.
Esta vontade em saber dos autores de tão grande maldade tem razão de ser, porque o meu filho, Jorge Diogo, foi implicado no assunto e por arrasto os seus pais. Por isso, quero que se faça justiça. Não posso permitir que se enegreça o bom nome desta CASA só porque alguém pretendeu fazer mal à grande Senhora que foi, e que para mim e que para tantos continua a ser, a falecida Dr.ª Maria José.
Por isso, Sr. Almeida, penso que não é assim tão urgente a homenagem a esta mulher. Penso que tem conhecimento do que ela fez a uma medalha que lhe atribuíram!? A homenagem mais grandiosa com que a poderemos honrar, é lutar pela continuidade do CASCI e não deixar que alguém, e agora perdoem-me o mau-dito mas terei que o dizer, “cague e mije” na CASA que também é do meu filho.
Para mostrar o apreço que tenho ao CASCI, publicito uma carta que enviei esta Instituição após uma dessas fiscalizações.

Os pais de Jorge Diogo Calisto Rodrigues de Almeida, Maria de Lurdes e Eduardo Jorge, fazem saber que tecem o maior respeito e consideração pela Instituição, CASCI, onde se encontra internado o seu filho, a quem foi diagnosticado Autismo para além de um acentuado Atraso Mental.
O respeito e a consideração por esta Instituição é acrescida de uma franca e devota confiança. Jamais tiveram qualquer reparo a apontar a quem se prontificou a ajudá-los há já treze anos.
É ainda seu dever referir que o serviço prestado pela Instituição tem-lhes permitido cumprir as suas actividades profissionais, que seriam de todo impossíveis se não tivessem o seu apoio.
Sabendo de antemão quanto custoso é cuidar de um jovem de 20 anos, com uma estrutura física considerável e de uma extrema e incontrolável violência, só têm os seus pais que render graças ao CASCI e a todos os seus colaboradores e augurar um longo e longo futuro a esta Casa, que deveria ser o exemplo de muitas outras Instituições deste país.
Desta forma, fazem também saber que são conhecedores das estratégias aplicadas para a imobilização do Jorge Diogo, assim como do carinho e paciência que lhe são dados pelas profissionais do CASCI. Para que se saiba, adiantam ainda que igual procedimento é tido no seio da família. A violência imprevisível e incontrolável do Jorge Diogo tem limitado a qualidade de vida da sua família, ao ponto de se designarem prisioneiros de um amor e de uma vida adiada.
A agressividade do Jorge Diogo tem sido testemunhada por muitos e é do conhecimento de vários profissionais de Saúde, que espantosamente confessam a sua inacção perante o caso.
Pelo relatado e pelo grande amor ao seu filho, estes pais pedem com fervor que os amparem ajudando o Jorge Diogo que, apesar do seu ser violento, tem dado muitas mostras de que o CASCI também é a sua casa.

Ao CASCI e aos seus colaboradores
Um grande bem-hajam
Os pais do Jorge Diogo

Para quem leia esta carta, especialmente todos os empregados que eu aqui enalteço, só tenho agora a dizer que sosseguem os que têm a consciência tranquila e que se intranquilizem os que não a têm, pois se maltratam uma Senhora que tão bem sabia defender-se, mais céleres são a maltratar os filhos do CASCI que não se sabem defender.
Mílú

De Nazaré Matos a 2 de Agosto de 2008 às 12:05
Que boa surpresa! Um blog onde podemos ter acesso a informações sobre o CASCI! No entanto, subscrevo o comentário do Almeida, quando ele, atónito, se interroga sobre esse conteúdo. Será que ainda não houve tempo? Se foi essa a razão, nós esperamos, mas com alguma ansiedade, não vá o projecto cair pela raiz!
Almejo que este seja um espaço esclarecedor, onde se possa conversar sem receio de ferir susceptibilidades instaladas.
Nazaré

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